Vive-se hoje na sociedade multimídia, termo este que não se restringe apenas aos múltiplos meios de comunicação, mas também está relacionado com uma nova forma de vida e de interação com o mundo. Nessa "nova" proposta social, tudo gira em torno da informação que circula de forma abundante.
A influência desse mundo multimídia na vida das pessoas é tema de estudo de diferentes autores. Para alguns não passa de uma tendência, para outros as consequências podem ser preocupantes. Há também aqueles que encaram tudo com total normalidade.
A influência desse mundo multimídia na vida das pessoas é tema de estudo de diferentes autores. Para alguns não passa de uma tendência, para outros as consequências podem ser preocupantes. Há também aqueles que encaram tudo com total normalidade.
O professor Eduardo Prado Coelho (Jornal Público, 14 de junho de 2001) queixa-se do uso exagerado dos recursos multimídia. Segundo ele, é uma verdadeira praga que muitas vezes oculta a falta de idéias e um conteúdo superficial. Alguns desses recursos já tornaram-se clichês. Coelho exemplifica que, para certos temas, já existem vídeos, músicas e imagens pré-definidos. "Se falamos da dor, temos direito a "O Grito" de Munch e uma canção da Edith Piaf".
É inegável que o apoio multimídia na troca de informações facilita a compreensão do tema proposto. Sons e imagens chamam mais atenção do que apenas a palavra do orador. No entanto, a utilização desses recursos deve limitar-se a sustentação das idéias e nunca substituí-las.
Outra questão levantada, é a relação que o uso exagerado dos meios de comunicação pode ter com o crescente número de crianças com problemas de concentração. Um estudo nos Estados Unidos testou até que ponto a exposição precoce às diferentes mídias pode estar ligada ao déficit de atenção.
Acreditava-se que atitudes excessivamente dispersas eram doenças hereditárias e deviam ser tratadas com medicamentos, como os da família das anfetaminas. Esse novo estudo propõe que tratam-se de novos modelos cognitivos produzidos por uma sociedade com novos hábitos e necessidades. É uma resposta do cérebro a essas novas situações.
As imagens rápidas e o excesso de informação geram a falta de concentração para coisas simples como ler um livro. As crianças perdem a capacidade de fixar a atenção em uma única coisa por muito tempo. Em vez disso, tornam-se hábeis em gerir diferentes informações ao mesmo tempo, oriundas de diferentes mídias. (ouvir música, ver televisão e acessar a internet, por exemplo).
Pela rapidez nos fluxos das comunicações, não só as mídias estão a experimentar uma revolução, mas também os destinátarios que se tornaram emissores ao mesmo tempo. O problema que faz parte desse desenvolvimento, é que a perda da atenção e da memória podem trazer alguns prejuízos. O foco é fundamental para o desenvolvimento pedagógico que temos hoje nas escolas.
A discussão que se insere aqui, gera dúvida sobre a atitude a ser tomada. Pode ser que o melhor caminho para incluir esse número expressivo de desatentos (que tende a crescer) seja uma nova proposta pedagógica que os atraia no processo do aprendizado. Ou então, segue-se medicando até que a "ritalina" não dê conta do mercado.
Ao contrário do pensamento desses dois textos abordados anteriormente, em "Tudo que é mau faz bem" o autor levanta aspectos positivos deste modo de receber e transformar informações. Ele quer chamar atenção para as vantagens de outras formas midiáticas, como por exemplo as habilidades cognitivas que despertam os jogos de vídeogame. A idéia defendida é de que não se pode falar sobre valores morais emitidos pelos conteúdos. É melhor que apontem como as capacidades podem ser desenvolvidas por quem utiliza os meios digitais.
Ao contrário do pensamento desses dois textos abordados anteriormente, em "Tudo que é mau faz bem" o autor levanta aspectos positivos deste modo de receber e transformar informações. Ele quer chamar atenção para as vantagens de outras formas midiáticas, como por exemplo as habilidades cognitivas que despertam os jogos de vídeogame. A idéia defendida é de que não se pode falar sobre valores morais emitidos pelos conteúdos. É melhor que apontem como as capacidades podem ser desenvolvidas por quem utiliza os meios digitais.
De forma geral, pode-se dizer que segundo as teorias dos três textos, os hábitos de consumo e as comunicações estão a mudar, ao mesmo tempo que também transformam as capacidades e as relações das pessoas.